segunda-feira, 15 de maio de 2017

Mau tempo no Olimpo

Tudo corria dentro da normalidade no Olimpo, não fosse aquele vendaval no final da tarde. Nada se enxergava em meio a nuvem de poeira que subiu, e ali permaneceu por alguns dias. 
Os deuses chegaram a ficar preocupados, uma vez que as musas abandonaram seus cânticos e sopros aos poetas. 
É que a poesia deixa a vida mais leve, e todos já estavam fartos dos fardos pesados que carregavam. 
Afrodite se esfriara e parara de sorrir; Ares, cansado das batalhas, dormiu por dias; Atena, não tinha mais estratégias, e diga-se de passagem, assistiu ao caos sentada. Dionísio por sua vez, manteve-se sob efeito de álcool, não suportava o peso da realidade. Elizabeth, foi ter com Hades, já estava adaptada à realidade caótica de mar bagunçado junto a Poseidon. 
Quem soprara, além do tempestuoso vento, foi  Melpômene, sabia exatamente o que cantar. 
Não se sabe o que Elizabeth faz ali, mas ela sabe que ventanias passam. E que Aeon, ou Chronos, como preferia ser chamado, tudo resolveria-no seu tempo.  


  

terça-feira, 2 de maio de 2017

Afet(ar)-se


Elizabeth aprendeu que a Musa sopra seus poemas nos ouvidos do poeta, e este, só transcreve o que já existe.
A Musa ficou um tempo silenciosa, descansou a voz e o coração. Viajou pra longe, disse que não voltaria tão cedo.
Acontece que a Musa, assim como as borboletas, voltam.
Por mais que bata suas asas longe e colora outros céus, ela volta.
E bem... a Musa voltou.
E trouxe com ela nas asas da borboleta oxigênio pra que ela respirasse em paz. E soprou no ouvido de Elizabeth poemas e palavras doces.
Ela ouviu e guardou no peito, na caixinha dos afetos.
Como disse o poeta "o que a memória amou um dia fica eterno".
Ela sabe que uma vez amado/amada ta lá guardadinho, pra sempre.
Hora ou outra ela bota pra fora, doçuras, poemas e borboletas.
Guarda.
Aguarda, que a hora de libertar afetos e borboletas chega.