Era mais uma batalha, só mais uma tendo em vista tantas perdas e vitórias na vida de Elizabet.
Nunca fez questão de vencer, já havia se adaptado a perder, embora não soubesse lidar.
Será mesmo que não sabia?
"Você só sente que sabe, ou não, depois que passa," disse alguma voz que ecoava ali dentro.
A verdade é que Elizabet gosta mesmo é de ir à guerra, vestir-se de sua armadura e pagar os preços.
O preço do cativar, do se permitir ser cativada,
"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar."
Elizabet sabia disso, e vivenciava sempre essa verdade com a dignidade que ela merece.
Elizabet sempre soube dos riscos que corria ao se encantar/cativar/guerrear.
Corre-se o risco de perder membros pelo caminho.
Corre-se o risco de morrer vez ou outra.
Corre-se o risco de ficar sem; de sentir faltas, de sofrer com excessos.
Corre-se o risco de descobrir-se vivo.
Sim.
Só se sabe vivo aquele que se permite perder/sofrer/chorar.
E é necessário perceber-se vivo em meio às batalhas da vida.
E Elizabet enfrenta o exército inteiro, hora montada em seu cavalo, hora com os pés no chão...
Ela luta/ama!
Sobe aquela ladeira guerreando, com armadura pesada; sua, sangra, chora, morre.
Sem descansar.
Chega no ponto alto e pode fitar o horizonte e o poente lá de cima.
Elizabet sente que vale a pena amar/perder/vencer porque sabe que em meio às adversidades o sol se põe no fim do dia, e isso basta. O cronômetro na vida não pára.
Elizabet sabe que no dia seguinte outas batalhas virão, outros partirão, e seus olhos poderão novamente ser umedecidos pelas lágrimas do 'cativar-se'.
Mas não tem problema.
Veste-se da armadura e permite sentir-se viva por mais 24 horas...
Vinte e sete pores-do-sol.
Está pronta para ser cativada novamente.
E de manhã, antes da batalha, ela pede na padaria da vida: "Uma dose de afeto por favor"?
ps: com licença poética, extraindo a bagunça de ser.