Lavei a alma, como dizem.
Molhou as roupas no varal e as plantas do jardim. Amanhã o mato vai estar verdinho.
Molhou o travesseiro também, escorreu e lavou o coração.
Não sei até que ponto lavou, mas fato é q umedeceu tudo. Ta até mais fácil de respirar.
"Chorar é bom" disseram.
Mas não choveu o suficiente porque desde cedo lhe ensinaram a engolir o choro.
E caso chovesse, era protegida por guarda-chuva, capas e galochas.
Acordou no dia seguinte olhou pro céu e viu que havia nuvens carregadas.
Pensou "tem mais água pra cair".
Hoje, Elizabeth não sabe se se protege, ou deixa molhar.
Na dúvida, engole o choro, põe um sorriso no rosto e espera o tempo abrir. O de dentro, e o de fora. Há de fazer sol novamente! Essa é sua certeza pra vida.
Passou um café, acendeu um cigarro e fez do livro de cabeceira companhia e ouvidos que a ouvissem. Falou pouco e o estomago doeu por isso. Ouviu mais, filtrou informações e abstraiu outras.
Viajou com a nova personagem que conhecera no livro. Se apaixonou, se encantou, sorriu junto e riu dela várias vezes. Mas todo livro tem um fim, assim como os dias de chuva.
Há de fazer sol novamente!
Unica certeza de Elizabeth.
- Que sensível! Elizabeth parece ser aquariana...
ResponderExcluirHá sempre de fazer sol novamente, e chuva, e sol e chuva.