Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo[...] Poema
Elizabeth tá bem crescida, todos dizem. Mas o que não sabem é que em todo adulto mora uma criança. Não! sem essa teoria de Petter Pan... é a criança, o menino ou a menina que mora dentro de todos nós crescidos.
Meninos e meninas que às vezes têm medo do pesadelo, tem medo do peso, do fardo da vida adulta. E as lembranças do passado, de quando íamos ao super mercado e a sacola menos pesada era a que nos davam pra carregar.
Depois de crescido você se vira com as sacolas do mercado. Pouco importa se seus braços dão conta de carregá-las.
Faz mais uma viagem - duas, três, "se vira" mas dê conta do recado. Eles dizem.
Mas ninguém conta que recado é esse.
Elizabeth se pergunta todo o tempo se o recado são as sacolas ou é a própria vida mesmo. Seus afetos, suas histórias - sua história, que pesada ou leve está sobre seus ombros. Carregue! Eles dizem.
A lembrança da beleza do tempo que aconteceu há minutos atrás, não se sabe se fere ou se faz sorrir. Elizabeth sente os dois! Elizabeth sente demasiadamente tudo. Seja o peso das sacolas do supermercado, seja os des-afetos, seja da própria história, que hora ou outra resolve pesar sobre os ombros.
E a beleza dos minutos atrás faz chover. Umedece o lado de dentro e de fora. Tem gosto de soro sabe? Meio salgado, meio doce.
Mas adulto não liga com essas coisas. Pega a toalha se seca, grita dentro do travesseiro, por que adulto não reclama abrigo.
Adulto se abriga.
Elizabeth se vê só, acompanhada de si própria e essa companhia precisa ser leve, morna e ingenua e de forma alguma pode ficar no caminho
Se tem!
Se tenha, se possua!
Seque-se da tempestade que te assola, e em meio ao escuro da madrugada, entre cigarros, e contagem de estrelas da sacada do quarto - com o maço vazio agradece o dia que chega.
Porque a noite embora escura e fria, tem hora exata pra se aquecer novamente. Porque o sol sempre chega.
Ilumina a casa, seca resquícios da chuva e nos faz enxergar a beleza das coisas que aconteceram há minutos atrás.


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