Tirou os sapatos, calçou as pantufas e vestiu um moletom velho. Acendeu a luminária que fica no canto da sala, junto ao cigarro. Tragou a fumaça quente a fim de, talvez, aquecer o lado de dentro.
Carece de se aconchegar vez ou outra, ouvir de si mesma que não está, mas, vai ficar tudo bem.
As lacunas deixadas outrora, por ora, nada preenche.
O espaço deixado continua ali, e grita. Grita aos seus ouvidos a falta que ainda faz. Quem sabe assim se escuta, se acolhe.
Elizabeth, perdida em si mesma, não encontra a porta de saída. Não tem luminária que de conta de clarear o caminho. E dói.
Deixa doer. Arranca as casquinhas das feridas, joga mertiolate que é pra cicatrizar mais rápido, ou, ao menos, não infeccionar.
Mas ela é forte, e entre um cigarro e outro, abraçada por um moletom velho, espera o dia chegar. Porque ele sempre chega, e embora não se encontre o caminho da saída, traz o novo pelas frestas das janelas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Espaço para as insonias alheias