quarta-feira, 15 de julho de 2020

Sem medo

Elizabeth, corajosa  que só, sempre paga os preços da sua ausência de medo. Quando criança, subia em árvores, das mais altas, gostava de ver o mundo lá de cima. - visão panorâmica.
Da juventude para cá aprendeu a mergulhar, de cabeça como dizem. Às vezes é raso o rio, mas não tem problema, um arranhão ou outro faz parte.
Já aconteceu de se machucar muito, quebrar ossos, mas esse é o de menos ela pensa.
Não é fácil ser destemida. A coragem lhe custa caro.
É  que os machucados causados, por mais que cicatrizados, trazem marcas profundas. Os mais recentes carecem de um enxerto, um preenchimento das faltas, das lesões.
Mas não é por isso que ela deixa de mergulhar. Hora ou outra lá vai Elizabeth com sua roupa de banho, sua toalha no pescoço, e pronto. Nem óculos de mergulho ela usa, que é para não embaçar a visão. Gosta de enxergar tudo com nitidez. Volta com uma ferida ou outra, algumas são refeitas pois não havia cicatrizado ainda, mas, ela é corajosa.
"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar", ensinamento de sua leitura preferida. Por isso haja coragem de se machucar ao longo de tantos mergulhos.
Mas há que se permitir cativar, ser cativada, a coragem está em se mostrar vulnerável, humano, cativo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espaço para as insonias alheias