quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Insone

Não tem jeito, nunca vai mudar.
Há um ciclo nesse tal de amor. Começa curando, termina doendo!

Você percebe que algo está realmente errado quando pela sétima noite você está sem sono, sem fome, e com um vazio enorme no peito.
É madrugada, há sete dias meus pensamentos me traem e pensam só o que eles querem. Não adianta tentar abstrair, distrair ou qualquer outro adjetivo.
Tudo me lembra você, meu quarto, meu sofá, a mesa da cozinha, minha varanda, meu cachorro, o eco do tic tac do relógio, o pulsar do meu coração. Este, por sua vez, tem apanhado feio do efeito das memórias que insistem em me invadir.
O motim que antes era da bagunça do meu quarto, hoje está nas lembranças, e no coração. E eu já não os controlo mais.
O que antes veio aparentemente para curar, hoje machuca, dói, fere, sangra, mata.
E eu passiva, morro. 
Sem reagir, levanto as mãos e entrego tudo o que eu tenho, ou tinha.
Morro por um amor que já me matou outras vezes, e por este mesmo amor, eu fiz questão de renascer para revivê-lo com toda dignidade que pensei que ele merecia.
Errei.
Errei feio quando entrei naquela rua escura do sentir, confiante nos meus passos (que antes tinham os seus ao meu lado,) não sabia os riscos que corria.
Não sabia que na primeira rua sem saída, você voltaria atrás ao invés de saltar o muro comigo e desbravar  o horizonte que nos esperava por trás dele.
E não bastava partir,  e me deixar sozinha na rua escura/ Tinha mesmo que destruir o órgão vital para mim, que já foi vital pra nós?
Hoje, é entre minhas noites insones, cafeína e cigarro que vasculho entre os destroços, algo que tenha se salvado do meu coração, que você fez questão de quebrar.
Junto os pedaços, os colo. E o tic tac do relógio me diz para esperar a cola secar, e  isso, é só com o tempo.  
Para quem sabe recomeçar um outro ciclo, onde se vive e morre novamente.
E que este, me devolva o sono, os sonhos, e a saúde do meu coração.


"Um café e um amor. Quentes por favor!"




"And who do you think you are?
Runnin' 'round leaving scars
Collecting a jar of hearts
Tearing love apart
You're gonna catch a cold
From the ice inside your soul
Don't come back for me
Who do you think you are?”
“Você vai pegar um resfriado do gelo dentro da sua alma”

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