sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Shiiiu... Silêncio.

“Exercendo meu direito de permanecer em silêncio. Só falo em juízo com a presença dos meus advogados”

Eu, que sempre prezei pela argumentação até que me entendessem, eu que sempre prezei pelas cordas vocais em ação, sempre prezei pelos sons da minha voz ao silêncio, escolho, silenciar-me.
Pela primeira vez eu escolho por entrar dentro do meu casulo, ou bat caverna e encontrar comigo mesma.
Me afasto, me silencio, e me ouço, me conheço, (ré)-conheço.
Percebi que preciso desse tempo entre os meus eu's , para me resgatar, ir ao fundo do poço buscar os meus restos e voltar com o balde cheio.
É que nesse meio tempo entre meus 23 anos, passaram tantas pessoas, me doei tanto, que hoje me falto pedaços.
E para eu me ser novamente, é necessário me (ré)-construir, me (ré)compor.
RÉ = Voltar atrás e juntar os destroços do meu coração, para me conhecer novamente, me compor novamente, me construir novamente...
E é entre a desaprovação das pessoas, que cedo à minha vontade. Não que eu esteja sendo egoísta ou desistindo da vida, ou de mim, ou de qualquer coisa. É justamente para não desistir de tudo que escolho me “internar para um tratamento intensivo.”
Como um acidentado que chega ao hospital e vai para o CTI, estou no meu CTI, me tratando, me ouvindo, me silenciando.
Eles não entendem que hoje eu dependo do meu silêncio para voltar inteira para eles.
É que eu não me contento com restos, ou pedaços, e não quero ser metade pra ninguém.
Se não for pra ser inteira, não seja!
Hoje ninguém vai me tirar o direito de ficar na bat caverna ouvindo o barulho da chuva lá fora, com minha xícara de café, na companhia dos meus silêncios.
Sem clichês de que “é só uma fase”, “você vai sair dessa” ou “ninguém merece seu sofrimento”, “você precisa reagir”.
Estou reagindo, e minha reação é esta, me trancar dentro de mim mesma, e ficar de conchinha com meus pensamentos, dúvidas e conclusões.
Talvez dure sete dias, ou vinte e sete, quem sabe?!
Mas hoje descanso minhas cordas vocais e dou férias à argumentação.
Por todos esses seiscentos e trinta e cinco dias eu me silencio, e me ouço.

Shiiiu!!! Silêncio. 

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